quarta-feira, 10 de junho de 2015

Culto antropocêntrico: o culto ao homem

O "culto" que temos visto e ouvido em algumas igrejas evangélicas do Brasil e do mundo, está muito aquém daquele apresentado nas Escrituras; cristocêntrico e voltado para a glória de Deus. Em tais igrejas, se colocarmos lona, virão circo, e se pusermos grade, virão cadeia (com o perdão da palavra). 

Observando os padrões de culto de tais "igrejas", elaborei os "5 pontos essenciais da liturgia antropocêntrica", que são muito comum em algumas denominações no Brasil e no mundo afora:

1- Uma hora e meia de louvor e "adoração extravagante"; com ênfase, principalmente, em "louvores" do tipo: "sou mais que vencedor" e "posso crer, a minha hora vai chegar..."

2- Uma hora de testemunhos e oportunidades para os irmãos e irmãs enfatizarem o quanto eles/elas estão sendo "abençoados" e "prosperados", graças a compra de "indulgências gospels", e claro, por "pagarem o preço".

3- 30 minutos, no minimo, para pedir e destacar o "desprendimento" e a importância da entrega financeira do cristão.

4- Meia hora para enfatizar que sou um "ungido" e, por isso, não devo ter minhas ideias analisadas e/ou expostas à luz das Escrituras, nem tampouco devo ser "tocado", senão o "castigo" é certo.

5- Dez minutos de pregação, sendo que os três últimos, são para enfatizar o meu "valor", e pra deixar bem claro que Deus me chamou para ser "cabeça" e não "cauda".

E assim nós prosseguimos... Que Deus tenha piedade de nós!

"Você é realmente um cristão ou apenas faz parte do circo chamado igreja evangélica moderna?" Paul Washer


quinta-feira, 4 de junho de 2015

Evangelizar é muito mais que dizer "Jesus te ama"

Outro dia vi na internet um grupo de irmãos extremamente bem intencionados expondo num sinal de trânsito uma faixa que dizia: "Jesus te ama".

Muito legal ver a mobilização de crentes no desejo de evangelizar. O desejo desses irmãos em falar do amor de Deus é louvável. Todavia acredito que evangelizar seja bem mais do que dizer pra alguém que Jesus o ama.

Aliás, tem sido comum encontrarmos, irmãos, pastores e Igrejas evangelizando o perdido com a frase em questão. 

Ouso afirmar que uso deste jargão por parte de quem evangeliza, omite verdades indispensáveis a pregação do Evangelho. Ora, evangelizar não significa dizer para o incrédulo que Jesus o ama, aliás, evangelizar é muito mais do que isso, evangelizar é confrontar o homem em seus delitos e pecados, mostrando ao pecador que sem Cristo ele está condenado ao inferno. O problema é que numa sociedade hedonista o evangelho pregado por alguns precisa ser palatável, isto é, agradável aos aos homens, porém desprovido de verdades eternas.

Ao consultar as Escrituras percebemos que tanto João Batista, Jesus e os apóstolos ao pregarem o Evangelho não o faziam numa perspectiva humanista, onde o mais importante é o anuncio de um Deus "paz e amor" que tem por objetivo principal proporcionar ao homem satisfação em todas as áreas da vida. Muito pelo contrário, a Bíblia nos trás inúmeros textos em que os "pregadores" confrontam os homens em seus delitos e pecados chamando-os ao arrependimento. (Lc 13:03; At 26:20; Lc 24:47; At 3:19; II Pd 3:09; Mt 3:02, At 2:38; Mc 1:15; Mc 1:04; Mt 3:11; Lc 3:03; Lc 5:32; At 5:31; At 11:18; At 20:21)

Talvez ao ler esse texto você esteja dizendo consigo mesmo: "Ah! Mas, se a gente falar sobre pecado ninguém vai querer ir a igreja. Precisamos oferecer um "atrativo" especial para que os homens se interessem por Deus."

Pois é, de fato os homens não gostam de ouvir sobre o pecado e suas consequências. Na verdade, os homens preferem um deus cuja mensagem seja exclusivamente amorosa. Contudo, ainda que saibamos que Deus é amor, omitir a verdade inequívoca do juízo divino é pecar de forma efetiva contra a vontade revelada de Deus sobre o destino eterno dos homens que vivem na prática do pecado. 

Bem sei que não podemos e nem devemos esquecer a mensagem principal do evangelho que é o amor de Deus pelo pecador, todavia, Não devemos esquecer que o verdadeiro amor que vem de Deus, gera arrependimento de pecados,e como consequência, obediência a sua palavra.

Isto posto, ao evangelizar anuncie o evangelho pleno cuja notícia ultrapassa o uso do jargão "Jesus te ama." Pregue sobre o pecado, as consequências eternas dele, como também a verdade inquestionável que o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo morreu  numa Cruz para perdoar as transgressões de todo aquele que nele crê concedendo ao pecador vida eterna.

Pense nisso!

Renato Vargens

10 dicas importantes para os que ministram o louvor

Infelizmente boa parte dos cristãos consideram a música tocada na igreja mais importante que a pregação da Palavra. Há pouco vi os números de uma enquete evangelíca cuja pergunta era: O que você prefere na Igreja: Louvor ou a Pregação da Palavra. Lamentavelmente o louvou ganhou disparado.

Pois é, além da pobreza musical dos nossos hinos, os louvores ministrados em nossas assembleias estão repletos de erros grotescos e desvios teológicos, onde através de estapafúrdias canções, brincamos de adoração. Caro amigo, como já afimei em outra ocasião tenho a impressão que o chamado movimento gospel criou através de sua liturgia um novo sacramento denominado louvor. Para estes, ainda que inconscientemente, a adoração com música transformou-se num meio de graça, onde mediante canções distorcidas teologicamente, os crentes são levados a um estado de catarse.

Pensando na saúde das nossas igrejas, bem como no engrandecimento do nome do nosso Senhor, resolvi escrever  10 dicas àqueles que ministram o louvor na igreja.

1- Cuidado com o que está cantando. Muitas das canções tocadas em nossos cultos são heréticas e distorcidas teologicamente. Antes de ensina um hino a igreja, apresente-o ao seu pastor deixando-o averiguar se a letra está de acordo com os ensinamentos das Escrituras.

2- Ao ministrar os louvores no culto evite ao término de cada canção falar alguma coisa. Lembre-se que você esta ali para conduzir a adoração e não pregar.

3- Você não é um animador de auditórios, portanto, abandone o complexo de "Silvio Santos" e evite  manipular o povo com expressões e gestos religiosos.

4- Cuidado com o volume do SOM. Música alta prejudica a adoração.

5- Evite chamar a atenção para si mesmo, lembre-se você está alí para conduzir o povo em adoração.

6- Louvor não é show. Você não foi chamado para apresentar-se diante de uma platéia ávida por um bom espetáculo. Você foi chamado para adorar a Deus.

7-  Esmerece-se em fazer o melhor. Ensaie, ensaie e ensaie. Faça isso sozinho e com a banda, jamais esquecendo que excelência é fundamental no desenvolvimento de qualquer ministério cristão.

8- Cuidado com o misticismo.

9- Cuidado com as ênfases judaizantes.

10- Faça tudo para a glória de Deus.

Renato Vargens

O que acontece a uma igreja que não consegue adorar?


O grande e notável pastor A.W.Tozer afirmou que a igreja que não sabe adorar precisa ser entretida, e ele está certo. 

Em tempos como o nosso onde o entretenimento se faz presente em praticamente quase todas as igrejas, a afirmação de Tozer se adequa perfeitamente. O interessante é que boa parte das comunidades evangélicas que defendem uma plena adoração, vivenciam em seus momentos de louvor com música, extravagâncias inomináveis onde o entretenimento e o lazer ser fazem presentes. Nessa perspectiva a  igreja "sai do chão" mediante gritos histéricos, ruge como leão, cai no poder, sapateia no re-te-té, além é claro de promover esquicitices que nos fazem ruborizar de vergonha.

Caro leitor, a grande incoerência dos que se dizem "portadores" da adoração é que não adoram, isto porque, a verdadeira adoração tem por característica a ausência de argumentos que fazem com que o homem esteja no centro de todas as coisas. 

A grande questão é que quando o homem ocupa o centro do culto, da música e da teologia, o louvor torna-se antropocêntrico proporcionando assim o afloramento da industria do entretenimento.

Isto posto concluo esta breve reflexão afirmando que uma igreja que adora, tem Cristo no centro de seu culto o que se contrapõe a adoração humanista onde o que importa é a satisfação do freguês. 

Pense nisso!

Renato Vargens