quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Mercadores da fé: um câncer na igreja contemporânea

Não é nada fácil lidar com a realidade de nossos dias, em se tratando do Mercado da Fé
escancarado e presente em grande parte das denominações tidas como “evangélicas. ” A Teologia da Prosperidade (que nem pode ser chamado de Teologia) tomou proporções absurdas a tal ponto que grande parte dos frequentadores de tais denominações acreditarem que a obra da Cruz de Cristo tem como objetivo gerar uma multidão de ricos, e/ou pessoas que não enfrentem em suas vidas nenhum tipo de problema financeiro e afins.
A mensagem central do Evangelho, como podemos ler no Evangelho de Mateus, foi deixada de lado há muito tempo:
“E, naqueles dias, apareceu João o Batista pregando no deserto da Judéia, E dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus. ” Mateus 3:1,2
A impressão que tenho é que esses versículos não podem ser proferidos em certas denominações, pois a centralidade do Evangelho não é a prioridade das mesmas. A grande realidade é que se pregassem as verdades do Reino de Deus, muito provavelmente não teriam a vida confortável que tem, pois não teriam argumentos para fazer da igreja um comércio aberto.
Diante disso, temos o cenário do criticismo absurdo que se manifesta, principalmente em redes sociais, e em poucos ambientes externos, aonde a tônica da pregação é exclusivamente dedicada a criticar os erros. Como se a crítica em si mesmo fosse a solução destes casos. Pelo óbvio, sabemos que criticar sem oferecer uma resposta ou solução honesta, torna-se improdutivo.
Neste ponto, surge em nossa realidade uma pergunta que deve ser respondida com honestidade: Como devemos agir diante dos mercadores da fé? Como devemos lidar com os mercenários que só querem dinheiro?
A Bíblia nos apresenta uma solução:
“E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós. ” (1 Coríntios 11:19 negrito meu)
CLARAMENTE, a Palavra nos ensina acerca de um posicionamento real diante das mentiras ditas “em Nome do Evangelho”.
A questão está justamente no nosso posicionamento, que não pode ser permissivo, e tampouco impiedoso. Ouço muitos dizendo que “vão orar” por estes mercadores, mas se esquecem que eles têm ensinado a mentira para muitos outros. E como podemos concluir do texto, omissão não condiz com que realmente luta pelo Evangelho de Cristo.
Portanto, proponho alguns pontos, os quais entendo que são importantes para nossa reflexão e meditação, e para que possamos ser cristãos autênticos ao lidar com esses fatos.
Consideremos:
Resposta Sólida: Claro que devemos ter em mente que uma atitude prática se faz necessária. E a nossa resposta sólida deve ser A PALAVRA DE DEUS. Quanto mais pregarmos o verdadeiro Evangelho de Cristo, quanto mais ensinarmos o verdadeiro caminho, menos espaço os mercadores de fé terão. Aliás, é uma triste constatação que se o povo de Cristo se dedicasse ao estudo sistemático das escrituras, os tais mercadores não teriam a publicidade e alcance que tem. Portanto, que sejamos verdadeiros bereanos, que buscam na Palavra a Verdade absoluta e inerrante contida no Evangelho.
Orar não significa fechar os olhos para o problema: como Cristão, é evidente que a oração faz parte de nosso cotidiano e que é necessária para todas as circunstâncias. Porém, orar, sem encarar a realidade dos fatos, ou simplesmente utilizar da oração como meio de omissão não me parece ser uma postura de um cristão autentico. Quanto mais discernimento e senso de realidade nós tivermos deste cenário, melhor é para refutarmos as mentiras dos enganadores, bem como discernir a real necessidade da pregação do Evangelho Genuíno.
Não devemos negociar os valores do Evangelho: muitos fazem a famigerada “vista grossa” a título de “ser irmão em Cristo” e que devemos “amar o próximo como a nós mesmos”. Claro que sei que devemos amar os irmãos, e em nenhum momento faço apologia e nenhum tipo de ódio. Só que há um abismo de diferenças e proporções entre amar um irmão e concordar com todos os seus atos. Honestamente falando, acredito que falta amor quando não corrigimos e não confrontamos o erro doutrinário e quando constatamos a perversão dos valores do Evangelho. E, em se tratando dos valores do Evangelho, não deve existir margens para tolerâncias face a mentiras. Acima de qualquer coisa, a VERDADE do Evangelho deve ser preservada, ensinada e defendida.
Portanto irmãos, oro e peço, encarecidamente que sejamos maduros para lidar com essa triste realidade, mas principalmente, que tenhamos coragem e caráter para pregarmos o Evangelho de Cristo, mesmo sabendo das dificuldades que estão ao nosso redor.
A Igreja de nossos dias precisa destes irmãos fiéis, que prezam pelo Evangelho de Cristo, acima de todas as coisas.
Por fim, deixo como meditação uma frase que li há mais de 15 anos, e que desde então, nunca mais saiu de meu coração:
“O verdadeiro pastor tem duas vozes: uma para chamar as ovelhas e outra para espantar os lobos devoradores. ” (João Calvino)
Que o Senhor Vos Abençoe.
Autor: Marco Cicco
Fonte: https://artigos.gospelprime.com.br/mercadores-da-fe-um-cancer-na-igreja-contemporanea/?utm_content=bufferf9752&utm_medium=social&utm_source=facebook.com&utm_campaign=buffer

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

O “Jesus” que alguns querem ou o Jesus revelado pelas Escrituras?

Infelizmente no atual contexto evangélico, em certa parte está se adorando a um “Jesus” produzido artificialmente para os próprios interesses de tais, e relativizado por uma ideologia corrente, que tenta fazer do Cristo revelado nas Escrituras não um messias, mas uma espécie de mero auxiliador pragmático e pessoal, um tipo de amuleto.
E esse falso Jesus não é o mestre, mas um tipo de instrutor para conveniências; não um salvador, mas uma espécie de “MacGyver ungidão”, que apenas vem para resolver situações. E isto tudo é na verdade a individuação do egoísmo existencial contemporâneo, fruto do sedentarismo espiritual de muitos.
Mas o Jesus dos evangelhos não é um tipo de superman, um thor, um filho de Zeus. Não é um mero personagem, um super teólogo, nem um curandeiro particular. Jesus é o filho de Deus, o messias, o Cristo. Ele é o nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo, que nasceu da virgem e padeceu, foi crucificado, morto e sepultado; mas ressurgiu dos mortos ao terceiro dia e subiu ao Céu. E está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos.
Jesus é então aquele que já é antes de tudo ser. E é aquele que continua sendo quando tudo não é. Cristo é totalmente homem, mas também é o totalmente Deus encarnado; aquele que nasceu, mas já existia (I Pedro 1:19,20; João 1:1-3). Ele é o Senhor que absolutamente não é relativizado: Ele é verdade pura. Jesus é Deus e Deus estava em Cristo; Ele e o Pai são um (João 10:30).
E aí é que a coisa se conflita com a geração pós-moderna, pois a ideia inexorável de que Cristo é Senhor, em geral é repugnada e não interessante a muitos círculos religiosos; para esses a melhor forma de guiar o mundo é não tendo um governante assim: soberano e acima de tudo e todos. E a problemática é que nisto comete-se idolatria contra Deus, quando se adora ao Jesus que não é esse Deus, mas apenas uma emanação humanística, um simples profeta e mestre.
Quem não crê que Jesus é Deus, mas o adora meramente por outra razão, comete idolatria contra Deus. E comete-se isto até quando se “usa” o nome “Jesus” como simples força e poder, mas sem que se o discirna, sabendo a verdade pela Verdade. Pois não existe conhecimento de Jesus se para o “discípulo” Ele não é Deus. É então pecado adorar a um “Jesus” que não seja o Jesus dos evangelhos!
E esta é a grande questão, pois na prática até em muitos cultos, Jesus não é reconhecido pelo que a Palavra diz: E mesmo que se diga com os lábios que Ele é Deus, não se crê de fato nisso. E se por acaso não aceita ao Jesus que é, se crerá no que não é. E aí tudo se relativiza, inclusive não se crerá na sua volta, do que é o pecado, do que é salvação, etc.
Alguns também não querem que Jesus seja o mediador ou único nisto. O tempo todo vemos mediadores sendo criados. Mas a bíblia é inexorável ao afirmar: “Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus” (I Timóteo 2:5). Sendo assim, é necessária uma reforma no que se acredita, e retornar a crer em Jesus pelo que as Escrituras dizem, para que os corações venham a arder não pelo que a mente quer, mas pelo que a Palavra afirmar. Quem adora a um Jesus diferente do que foi entregue e está revelado nas Escrituras é idolatra.

Autor: Linaldo Junior

Fonte: https://artigos.gospelprime.com.br/