terça-feira, 26 de julho de 2011

"Que culto é este vosso?" (Êxodo 12.26)

Tenho sido questionado sobre algumas aberrações que vêm ocorrendo em ajuntamentos que chamam de cultos a Deus, em que pregadores e cantores vestidos como astros do mundo, diante de uma platéia eufórica, fazem o que bem entendem, e ainda afirmam que tudo o que realizam é para agradar a Deus e com a permissão dEle.

De uns tempos para cá surgiram unções diversas, como a dos quatros seres, a da loucura e outras “novas unções”, como já temos mencionado neste blog. São muitas as aberrações que têm sido feitas em nome de Deus. Um dia desses vi, num vídeo disponível no Youtube, uma influente líder de louvor e cantora engatinhar, como se fosse uma leoa, em um palco. 


O que é isso, culto a Deus?! Em Romanos 12.1, está escrito que o culto agradável a Deus é racional. Isso significa que, apesar de haver liberdade para a multiforme operação do Espírito Santo na vida dos salvos (1 Co 12.6,7), o culto ao Senhor não deve ter exageros ou modismos. Em outras palavras, se deixarmos de fazer uso da razão, poderemos cair no erro de inventar práticas e atribuí-las ao Espírito de Deus, mesmo que sejamos crentes espirituais.

Na verdade, o salvo em Cristo deve evitar dois extremos: o fanatismo e o formalismo. O primeiro consiste na adoção de práticas exageradas e extrabíblicas, enquanto o segundo rejeita qualquer manifestação, sob o pretexto de não correr riscos. Como evitar estes extremos? Pedro responde: “... crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”, 2 Pe 3.18. Quem quiser crescer só na graça, fatalmente se tornará um fanático. E, quem buscar só o conhecimento, não terá como escapar da frieza espiritual.

Para crescer na graça, o caminho é sempre o mesmo: oração, jejum, consagração a Deus, bem como uma vida de piedade e santificação. Mas, para crescer em conhecimento, é preciso estudar a Palavra de Deus e, principalmente, obedecer os seus ensinamentos. Grandes avivamentos ocorridos no século passado se desviaram da vontade de Deus ou acabaram por falta de observância ao que o Santo Livro ensina sobre a autêntica operação do Espírito Santo.

Quando em uma igreja se dá pouca ou nenhuma ênfase à sã doutrina, a possibilidade de surgirem expressões e manifestações estranhas é muito grande. Infelizmente, alguns líderes não incentivam os crentes a freqüentar a Escola Bíblica Dominical e a tomar parte nos cultos de ensino. Em decorrência disso, estão aparecendo expressões esquisitas em nosso meio, como: “Segura a bola de fogo”, “Contempla o varão de branco com a espada na mão”, “Reteté de Jeová”, etc.

Vivemos em uma época de muitos modismos. Se fala em rir, rugir, cair, pular e dançar de poder. Em 1 Coríntios 14, encontramos conselhos importantes quanto ao comportamento do cristão em um culto. O primeiro está no versículo 20: “Irmãos, não sejais meninos no entendimento”. Menino, neste contexto, é aquela pessoa que não tem discernimento, que pode ser facilmente influenciada por doutrinas errôneas (Ef 4.14). Segundo o autor de Hebreus, somente pela observância à doutrina bíblica poderemos passar para o estágio de adulto (Hb 5.11-14).

Outro conselho importante está no versículo 32: “E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas”. Há crentes que pensam que o Espírito Santo se incorpora no profeta e suprime a sua personalidade no momento da profecia. Entretanto, no Novo Testamento não encontramos nenhum servo de Deus profetizando fora de sua razão. E, nos tempos do Antigo Testamento, os profetas empregavam a expressão “Assim diz o Senhor”, demonstrando que transmitiam conscientemente a mensagem do Senhor.

Há pessoas que, para profetizar, precisam marchar, correr pelos corredores do templo ou encostar a sua testa na cabeça daquele que está recebendo a mensagem. Nada disso é necessário. A Bíblia se limita a dizer: “E falem dois ou três profetas, e os outros julguem”, 1 Co 14.29. Atitudes exibicionistas, como cair ao chão, andar como quadrúpedes ou imitar sons de animais devem ser rejeitadas por aqueles que conhecem a sã doutrina.

Finalmente, Paulo ensina, no versículo 40: “Faça-se tudo decentemente e com ordem”. Se uma irmã cai ao chão em uma posição desfavorável, isto é decente? E o que dizer de um culto em que todos batem palmas, pulam, dançam, gritam, como se estivessem em um show ou em um estádio de futebol? Não é pecado saltar em um momento de extrema alegria (Cf. At 3.8), mas transformar essa prática em uma regra é exagero.

Irmãos, sejamos animados, vibrantes, efusivos, mas não nos esqueçamos da ordem, da decência e do equilíbrio. E jamais deixemos os verdadeiros elementos de um culto ao Senhor: “... cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para a edificação”, 1 Co 14.26.

Êxodo 12.26: "Que culto é este vosso?" Manifestações estranhas?

Ainda falando sobre as aberrações que ocorrem em alguns cultos ditos evangélicos, no site YouTube há uma infinidade de vídeos chocantes. Alguns deles, relacionados com os ministérios de homens que muitos crentes idolatram, como Kenneth Hagin e Benny Hinn, chamaram a minha atenção. Hinn e Hagin são gurus da Confissão Positiva, modismo pernicioso que, há alguns anos, tem desviado muitos crentes da verdade.

Está no YouTube para todos verem um “culto” em que Kenneth Hagin, pouco antes de morrer, precisando ser amparado por dois obreiros para não cair, ministrava à platéia a “unção da gargalhada”. Todos que vêem o vídeo confirmam: “Isso é uma aberração”. Alguns se convencem de que não se trata apenas de uma histeria coletiva — há influência demoníaca mesmo.

No tal vídeo, uma mulher uiva, como se fosse um lobo. Pessoas caem e lançam-se umas sobre as outras, dando gargalhadas similares àquelas que só podem ser ouvidas em filmes de terror. Um casal sentado, ao ser fitado por Hagin, cai ao chão “em câmera lenta”, como se estivesse derretendo — o semblante deles é assustador. Caso você pense que estou exagerando, acesse o link abaixo e tire as suas próprias conclusões. 


Os vídeos de Benny Hinn também impressionam. Vestido como um astro e parecendo um super-herói, ele derruba a todos os que estão à sua frente. Pessoas se enfileiram para receber o golpe de seu “paletó mágico”. Mas, se realmente a unção de Deus está sobre ele, por que não forma uma fila de paralíticos, a fim de levantá-los? O vídeo abaixo, em português, foi produzido por descrentes, mas não deixa por isso de ser chocante. Hinn brinca com pessoas supostamente curadas, derruba-as ao chão e comporta-se como um show-man. Todas as atenções se voltam para ele. 

http://www.youtube.com/watch?v=rXyVCpOvMdc

Em outro vídeo, certo pregador brasileiro diz — demonstrando total falta de bom senso — que não queria apenas receber o sopro de Benny Hinn: “SE O SOPRO DELE É TÃO PODEROSO, EU QUERIA QUE CUSPISSE SOBRE MIM”. 

Diante do exposto, pergunto: O que vimos nesses e em outros vídeos disponíveis na Internet contribuem para a glorificação do nome do Senhor Jesus, ou apenas para o enaltecimento de famosos super-pregadores que não pregam a Cristo?

Êxodo 12.26: "Que culto é este vosso?" Testemunhos exóticos?

É comum, em nossos cultos, ouvir testemunhos para lá de estranhos, como um que até virou motivo de zombaria na Internet, pelo qual certo pregador afirma que galinhas, em um galinheiro, teriam sido “batizadas com o Espírito Santo”. Uma delas, inclusive, teria falado em línguas angelicais, sendo interpretada por um galo!

Confira o polêmico testemunho sobre a galinha que teria profetizado no link abaixo:http://media.putfile.com/zegalinha 

Muitos têm zombado desse testemunho, mas outros argumentam: “Deus não usou a boca de uma jumenta?” Na verdade, naquelas circunstâncias que envolviam o mercenário Balaão, não havia ninguém, de fato, para ser usado por Deus. Trata-se de uma exceção à regra. Não vemos depois daquele episódio Deus usando outros animais para transmitir mensagens. E não nos esqueçamos de que o Diabo também usou a boca de uma serpente, no primeiro caso em que um animal falou (Gn 3.1).

Mas, deixando um pouco de lado o assunto do galinheiro, muitos me têm perguntando se Deus usou mesmo a boca da jumenta. É claro que sim, mas não como se ela fosse um profeta de Deus, que diz “Assim diz o Senhor”. Sabemos que uma jumenta não fala, a não ser por uma ação sobrenatural. Ela não raciocina nem foi dotada da mesma capacidade humana para falar. Como teria raciocinado e repreendido o profeta, que a espancava?

Deus abriu a boca da jumenta para dizer algo relacionado com o que estava acontecendo. E foi depois de Balaão ter reconhecido o seu erro, ao ouvir as palavras do animal, que Deus abriu os seus olhos! “Que te fiz eu, que me espancaste estas três vezes? (...) Porventura, não sou a tua jumenta, em que cavalgaste desde o tempo que eu fui tua até hoje? Costumei eu alguma vez fazer assim contigo? E ele respondeu: Não. Então, o Senhor abriu os olhos a Balaão...” (Nm 22.28-31). O profeta só viu o anjo depois de ter ouvido a repreensão da jumenta!

É, pois, um equívoco pensar que Deus apenas abriu a boca do animal, que, por conta própria, raciocinou, articulou bem as sílabas e impediu a loucura do profeta! Deus abriu a boca da jumenta e lhe deu palavras inteligíveis, como se fosse uma pessoa falando, a fim de repreender Balaão (2 Pe 2.16). Isso foi um milagre, uma ação divina sobrenatural! Não houve mensagem profética, do tipo “Assim diz o Senhor”, mas, quanto ao fato de Deus ter usado a jumenta, não há dúvidas.

Mas, voltando ao episódio da galinha que teria falado em línguas angelicais, sendo interpretada por um galo, em um galinheiro repleto de aves “batizadas com o Espírito Santo”, afirmo que, como servos do Senhor, não devemos interpretar a Bíblia à luz das nossas experiências, e sim estas à luz da Palavra de Deus.

Qualquer experiência, por mais extraordinária e “fenomenal” que seja, se não tiver respaldo bíblico ou gerar confusão doutrinária, deve ser rejeitada. Não é por acaso que a Palavra de Deus nos ordena provar se os espíritos são de Deus (1 Jo 4.1).

Nos cultos da igreja de Beréia, os crentes recebiam de bom grado as pregações, mas as examinavam à luz das Escrituras (At 17.11). Imagine se um pregador, naqueles dias, dissesse que Jesus batiza galinhas com o Espírito Santo! Com certeza, considerariam tal afirmação blasfema, haja vista distorcer o propósito do revestimento de poder, dado exclusivamente às pessoas salvas, obedientes ao Senhor (At 2.39,38; 5.32). 

Êxodo 12.26: "Que culto é este vosso?" Todos profetizam ao mesmo tempo, e quando querem? 

A verdadeira profecia ocorre quando o Espírito Santo usa os seus servos para edificar, exortar e consolar a igreja (1Co 14.3). Ele fala como e quando quer (1Co 12.11), e não no momento em que alguém resolve proferir palavras de ordem. Aliás, como num culto nem todos são profetas (1Co 12.29), devem falar apenas dois ou três, enquanto os demais julgam (1Co 14.29). Para quem não sabe, a profecia pode ter três origens: divina, humana ou demoníaca (1Jo 4.1; Dt 18.21-22 e 1Tm 4.1).

Mas o que temos visto acontecer hoje em muitos cultos é puro mecanicismo e banalização do verbo “profetizar”. Os crentes têm sido motivados a usar o poder de suas palavras, como se elas fossem mágicas. Acreditam que qualquer declaração de fé é uma profecia para abençoar pessoas, famílias, empresas e até times de futebol!

Se algumas celebridades evangélicas estivessem com a razão, nenhum crente teria problema. Como num passe de mágica, todos profetizariam bênçãos uns aos outros, a qualquer hora, e Deus teria de sair cumprindo cada predição, inclusive as mais absurdas, como aquela de que a seleção brasileira seria campeã mundial na Alemanha!

Um texto muito usado por irmãos mal-orientados é Tiago 3.10, que de modo algum respalda esse modismo de profetizar a qualquer hora, sem que o Senhor mande, o que é muito perigoso (Ez 13.1-3). Tiago, na passagem citada, condena a maledicência e nos incentiva a usar a língua para bendizer a Deus. Basta ler o contexto para entender isso (Tg 3.1-9). Não há ênfase ao suposto poder abençoador das palavras humanas.

Muitos gostam de citar a visão do vale dos ossos secos, em que Ezequiel profetizou, e os ossos reviveram. No entanto, o profeta, conforme se lhe deu ordem (Ez 37.7), disse: “Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor” (v4). O poder para vivificar os ossos, pois, não estava em suas palavras, e sim na Palavra que recebera de Deus.

Outros citam o fato de Elias ter profetizado que não choveria durante três anos e seis meses (1Rs 17.1). Porém, a ousadia do profeta diante do rei Acabe se deu em decorrência do que está registrado em Tiago 5.17: “Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse...” O que ele profetizou havia recebido do Senhor, em oração.

É comum, em grandes eventos, ouvirmos celebridades evangélicas dizendo: “Eu profetizo que esta cidade é de Jesus”. Contudo, se não houver compromisso com a Palavra de Deus, teremos vários fãs de Cristo — e não seguidores — profetizando isso e aquilo, enquanto as coisas continuarão exatamente como estão.

Quantos já não “abençoaram” o Brasil, profetizando por conta própria que esse país é do Senhor Jesus?! (Ah, se as coisas fossem tão fáceis como esses “profetas” pensam que são!) Apesar disso, a nossa nação continua cheia de violência, imoralidade, corrupção... O que pode mudar o mundo é a evangelização e a intercessão (Mc 16.15-18 e 1Tm 2.1-3). Mas, em vez de pregar o evangelho, muitos já foram convencidos de que basta profetizar bênçãos sobre a nação...

Muitos hoje não querem examinar as Escrituras. Preferem seguir aos modismos de alguns célebres pregadores e cantores. Não embarque nessa canoa furada. Não siga o exemplo deles, por mais famosos que sejam! Permita que a Palavra de Deus guie a sua vida (Sl 119.105). 

Êxodo 12.26: "Que culto é este vosso?" Unção do leão? 

Neste quinto artigo da série “Que culto é este vosso?”, quero apresentar um relato de uma certa cantora (que tem um grande poder de influência sobre a juventude) sobre a sua preparação para um culto (culto?), e o que aconteceu nele, supostamente sob a influência do Espírito.

Vou omitir o nome dela por respeito, pois o objetivo desta série de artigos sobre o culto, em particular, não é expor pessoas (se bem que, em alguns casos, é necessário e inevitável), e sim combater a heresias e modismos injustificáveis de nosso tempo. 

É importante ler este texto e refletir à luz de 1 Coríntios 14. Até que ponto os impulsos que sentimos podem ser atribuídos ao Espírito de Deus? Ele nos dirige sobre a roupa, a bota, o cabelo, o cinto a serem usados? E quanto à nova "unção" que a cantora menciona, que a levou a andar como um quadrúpede, pode ser atribuída aos impulsos do Espírito? 

Antes de ler o relato abaixo, é importante ver o vídeo do show ao qual a cantora se refere. 

Acesse:http://cirozibordi.blogspot.com/2007/06/xodo-1226-que-culto-esse-vosso-como.html 

Eis o relato da cantora e líder de louvor, em vermelho:

Saímos para a ministração às 16h. Me vesti de acordo com o que o Espírito colocou em meu coração. Um vestido de veludo azul que comprei há mais de 10 anos no Seminário em Dallas. Um cinto preto largo com "cara" de autoridade. Botas pretas, assim como na última viagem em Florianópolis, com essa mesma mensagem de força, poder, autoridade, e conforto necessário para pular e pisar com força, profeticamente, na cabeça do diabo. Meu cabelo, cacheado, restaurado como no princípio. Meus brincos comprados em Israel, e o anel com a pedra ametista que ganhei quando eu nasci. Olhei para mim mesma no espelho e vi uma guerreira.
Tivemos um tempo de oração precioso no camarim atrás do palco. Foi interessante o peso espiritual que queria vir sobre nós. Todos se levantaram e resistiram. E foi contagiante a alegria que nos encheu. Senti como se em meu corpo minhas forças estivessem sendo sugadas, sem forças para respirar fundo, muito menos cantar. Mas no meu coração havia confiança de que tudo iria se romper (...)
Houve um momento em que fez um "clique". Uma mudança na atmosfera. Depois da música "Manancial" comecei a receber palavras proféticas em meu coração para liberar sobre as cidades de Goiás ali representadas. Foi muito forte. A música acompanhou (...) O poder de Deus era palpável, e as palavras proféticas continuaram. Um cântico espontâneo sobre o Cordeiro e o Leão marcou para sempre a minha vida. E a unção de autoridade foi ministrada sobre nós (...) De um estado de fraqueza, passamos à força. De intimidação à ousadia. Ao mesmo tempo em que nos levou a um refrigério e descanso que como ovelhas do Sumo Pastor podemos experimentar.
De repente, começamos a celebrar, mas foi diferente. Eu saltava e parecia que estava em um trampolim, uma cama elástica. Se antes pulava para romper, agora eu me sentia voando, pulando muito alto, minhas pernas esticadas iam alto, ao menos essa era a sensação, mas depois outras pessoas confirmaram. O vento nos meus cabelos e a sensação era de pulos muito altos. Eu sabia que algo diferente estava acontecendo. Quando pulei uma última vez, senti que era para me assentar. Não sabia se teria forças para me levantar outra vez. Foi quando senti o impulso, me agachei e comecei a andar como o Leão.

Pensamentos vieram à minha mente. Eu disse ao Senhor: "É... agora a minha reputação acabou. Agora vou ver quem vai ficar comigo". Mas prossegui, consciente do que estava acontecendo, e senti a direção até mesmo de onde eu deveria ir.Quando parei, não sabia como ou que fazer ao me levantar. Ainda no chão, me ergui de meio corpo e gritei: "Um brado de vitória ao Senhor", (sem saber se alguém responderia), e o som foi poderoso. A música terminou grandiosamente. Era o Leão da Tribo de Judá.
Fonte: http://riodiantedotrono.wordpress.com/ 

O que você acha disso?

Êxodo 12.26: "Que culto é este vosso?" Adoração extravagante?

Nesta sexta parte da série “Que culto é este vosso?” procurarei discorrer com equilíbrio sobre a adoção de danças e coreografias por parte das igrejas.A chamada adoração extravagante, com danças e todo tipo de manifestação corporal, é uma novidade que parece ter chegado para ficar no meio evangélico.
Reconheço que existem grupos chamados de ministérios de dança e coreografia nas igrejas, executados por pessoas sinceras. E eu não quero aqui ser um estraga-prazeres; porém, é necessário considerarmos este assunto segundo a Bíblia e sem preconceito:


1) O termo “extravagância” significa: “esquisitice, estroinice, dissipação, libertinagem” (Dicionário Michaelis). E, nesse caso, o adjetivo “extravagante” não pode combinar com a adoração, haja vista o que dizem estes textos sagrados: Eclesiastes 5.1; Efésios 5.18,19; Colossenses 3.16; Amós 5.23; Isaías 29.13; João 4.23,24; Salmos 57.5; Neemias 8.6.

2) Alguns internautas acham que eu exagerei ao comparar as coreografias e danças do megashow de 07/07/07, realizado na praça da Apoteose (Rio de Janeiro), com o que acontece em ajuntamentos de astros como Madonna (para o leitor saber do que estou falando, veja o artigo
O Diabo agradece a preferência!).

   Confira:http://cirozibordi.blogspot.com/2007/01/o-diabo-agradece-preferncia.html
Entretanto, não quis ofender o povo de Deus, e sim alertá-lo quanto à imitação das práticas mundanas. Aliás, em Neemias 8.6, está escrito: “E Esdras louvou ao Senhor, o grande Deus; e todo o povo respondeu: Amém! Amém!, levantando as mãos; e
inclinaram-se e adoraram o SENHOR, com o rosto em terra”. Este texto mostra que a adoração deve ser reverente, e não extravagante.

3) De acordo com os eruditos — entre eles o mestre Antonio Gilberto, que lida há anos com traduções bíblicas e é o editor da edição brasileira da Bíblia de Estudo Pentecostal (CPAD) —, a melhor tradução para Salmos 149.3 e 150.4 é mesmo “Louvem o seu nome com flauta” e “Louvai-o com o adufe e a flauta”, respectivamente. Ou seja, essas passagens não apóiam (como muitos pensam) nem incentivam a dança no culto coletivo a Deus. Ademais, ainda que alguma tradução apresente a palavra "dança", o contexto deixa claro que as passagens se referem ao povo de Israel (Sl 149.2). Leia com atenção todo o Salmo 149 e veja se é possível aplicar tudo o que ali está escrito nos dias de hoje!

4) As danças de Miriã e Davi foram patrióticas, como parte da comemoração de uma vitória, e não como parte integrante de um culto litúrgico (tanto que Davi depois ofereceu um culto a Deus sem dança). Embora Deus não tenha rejeitado aqueles gestos e manifestações pessoais, isso não é uma justificativa para se introduzir na casa de Deus ou no culto ao Senhor (independentemente do local) todo tipo de manifestações corporais do mundo, como coreografias, balé, shows de rap e bailes como parte da liturgia. Além disso, aquelas danças isoladas (de Davi e Miriã) não respaldam as chamadas night ou “baladas” gospel, etc., outro modismo perigoso.

5) Na Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, não vemos apoio ao chamado “ministério da dança”. Davi e Asafe, que organizaram o ministério do louvor nos tempos do Antigo Testamento, o fizeram apenas com músicos e cantores (1 Cr 25.1-7). Se Davi — que, aliás, é o mais citado pelos defensores da chamada “dança no Espírito” — e Asafe apoiassem a “adoração corporal”, teriam estabelecido, além de cantores e músicos, dançarinos, coreógrafos...

6) Não há no Novo Testamento nenhuma passagem que apóie a introdução da dança no culto público e coletivo. Isso é uma influência do secularismo (ou mundanismo, cf. Rm 12.1,2; 1 Jo 2.15-17; 2 Tm 4.10; 2 Co 4.4; Tg 4.4; Mt 7.13,14; Jo 6.60-69). Antes de me criticarem e, cheios de indignação “santa”, verberarem contra mim, dizendo que estou defendendo uma opinião particular, pessoal, e não uma verdade bíblica, procurem em todas as páginas neotestamentárias alguma passagem que corrobore as danças e as coreografias no culto a Deus... É claro que o ser humano sempre busca o que o agrada, porém Jesus disse: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo” (Lc 9.23).

7) E mais: uma coisa é extravasar-se, saltando, pulando, movimentando-se em um momento de extrema alegria (casos de Miriã e Davi). Isso é bíblico (Sl 9.2; At 3.8). Outra coisa, bem diferente, é dançar ao som de ritmos eletrizantes ou fazer coreografias que atraiam a atenção do público para as(os) bailarinas(os), como ocorreu no citado apoteótico megashow. Isso é antibíblico, secular (mundano) e não se coaduna com o culto a Deus em espírito e em verdade.


 Ciro Sanches Zibordi - http://cirozibordi.blogspot.com 

Texto reproduzido de: http://macfly.multiply.com/journal/item/150
 

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